Pensar em educar crianças, seja em casa ou na escola, pode nos remeter a uma realidade de pais e educadores que se encontram “perdidos” nessa tarefa, possivelmente, pelas crenças construídas historicamente, passadas de pai para filho, ou por influência de correntes teóricas embasadas em condutas rígidas demais; outras focadas apenas no comportamento, ou, até, o desconhecimento pelo assunto, levando pais e professores a acreditar em uma autonomia construída sob bases de uma liberdade sem limites. Esses extremos podem ser o único parâmetro de diversos pares que têm a obrigatoriedade de educar crianças.
Isso é possível sob a perspectiva de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, que foram os precursores da Disciplina Positiva. Falar de educação pode ser um assunto que traz esperanças para alguns ou, até, um momento de angústia para outros, pelas dificuldades que, por vezes, surgem no convívio familiar ou na escola. E essa quase “desilusão pelo assunto”, consequência das inúmeras tentativas frustradas com os comportamentos desafiadores, pode ser um empecilho para se compreender o universo infantil e juvenil, e as diferentes percepções que eles têm das circunstâncias, fazendo com que eles também desenvolvam crenças de si mesmos e das pessoas de forma equivocada.
Para outros, conhecer novos estudos sobre o tema pode ser uma “luz no fim do túnel”, despertando a esperança de que ser o responsável pela educação da criança não é tarefa tão desgastante, mas uma experiência que traz crescimento para ambas as partes. E é essa possibilidade que a Disciplina Positiva, teoria desenvolvida por Jane Nelsen a partir dos estudos de Adler e Dreikurs, traz: fazer educação de forma firme e gentil!
Parece utópico? Parece ser uma esperança? Seja qual for a percepção, o desafio para o conhecimento dessa perspectiva está lançado. Por hoje, a intenção foi despertar o interesse, mas, posteriormente, será elucidar sobre as contribuições dessa teoria para o convívio/educação das crianças. Há a certeza de que as mudanças de olhares, de perspectivas e a segurança ao educar serão, no mínimo, alguns acréscimos promovidos pela Disciplina Positiva na vida de quem a aplica.
Eu, como estudiosa do assunto e capacitada pela lead trainer Fernanda Lee, pioneira nas certificações reconhecidas pela Positive Discipline Association, no Brasil, acredito e faço uso em minha vida, e trabalho com as crianças. A transformação é tão significativa no âmbito intrapessoal e interpessoal, que educar passa ser um prazer e, não, um peso, pois olhar o outro com empatia é um dos pilares dessa teoria, capacidade sine qua non na tarefa de educar.
Por Cristiane Feri Verzola de Souza